A História se repete... mas, evolui a cada ciclo!

CAPITULO 1 – A CONJUNÇÃO SATURNO E PLUTÃO

Gosto muito de utilizar a Astrologia e a História para entender e refletir sobre a atual crise mundial. Fatos históricos importantes sempre estão marcados por configurações astrológicas relevantes. A conjunção Saturno-Plutão, que se encontra no céu astrológico ao longo de todo este ano de 2020, não poderia ser diferente. As lentas trajetórias de Saturno e Plutão se encontram nos céus em períodos de trinta a trinta e cinco anos e suas energias de destruição e transformação, são percebidas nas estruturas do poder mundial. Se olharmos para o século XX, veremos que esta conjunção ocorreu em três momentos extremamente disruptivos da história contemporânea e que afetaram de forma sistemática as estruturas de poder econômico e políticos vigentes em cada época.

A primeira vez que a conjunção Saturno-Plutão ocorreu no século XX foi em 1914. Imediatamente, nossa memória ocidental lembra a Primeira Guerra Mundial e suas profundas transformações em todo o planeta. Porém, as energias de Saturno e Plutão se estendem por períodos de três a quatro anos. Assim, se vasculharmos a história com mais atenção, veremos que além do crepúsculo dos poderosos impérios europeus, outros sistemas semelhantes também ruíram ao redor do globo. Em outubro de 1911, um levante civil e militar acabou com a hegemonia imperial chinesa da Dinastia Qing, dando lugar à República Chinesa. Já em 1917, a Revolução Russa derruba o Czar Nicolau II dando início ao Socialismo. Portanto, durante este período da conjunção Saturno-plutão, tivemos o fim de sistemas político-econômicos baseados no ideal imperialista-absolutista, que até então parecia ser imutável.

A segunda ocasião que esta conjunção Saturno-Plutão ocorreu foi em 1947. Mais do que o fim da Segunda Guerra Mundial dois anos antes, alguns fatos marcantes dão início a este novo ciclo astrológico. O primeiro fato é a confirmação de uma polarização entre dois sistemas econômicos antagônicos: capitalismo versus comunismo. Outros fatos marcantes foram: a criação da ONU em outubro de 1945, que marca o início de uma estrutura de poder internacional tecnicamente acima de qualquer país; a criação do Estado de Israel em maio 1948, modificando totalmente a estrutura de poder do Oriente Médio, e a Revolução Comunista Chinesa de Mao Tse-tung em 1949.

Depois, Saturno e Plutão entram em conjunção pela terceira e última vez no século XX em 1982. Novamente, para os olhares ocidentais, o acontecimento crucial é a queda do muro de Berlim como o marco da ruína do sistema socialista e a vitória do sistema capitalista-democrático. Porém, outros dois fatores que ocorreram no oriente são significativos para entender o contexto histórico atual: a queda do Xá Reza Pahlavi no Irã em 1979, que culmina com a ascensão ao poder de um sistema que parecida estar morto: a Teocracia do Aiatolá Khomeini; e a reforma da Constituição Chinesa em 1982 , que transforma a estrutura de poder daquele país em um modelo híbrido inédito, onde o sistema político é comunista e o sistema econômico é capitalista.

Agora, em pleno século XXI, nos encontramos novamente em um período histórico crucial sob as influências da conjunção Saturno-Plutão. Desde 2018 estamos vislumbrando modificações nas estruturas econômicas e de poder. O reflorescimento de ideais nacionalistas em diversos países do globo, o fechamento de fronteiras para imigrantes e guerras comerciais, principalmente entre EUA e China, tem sido assunto constante nos noticiários mundiais. Agora, neste exato momento, ocorre uma guerra mundial contra um vírus extremamente letal (Plutão rege a morte). Uma pandemia; que desestrutura sistemas econômicos e sociais vigentes, fecha as fronteiras entre países (Saturno rege os limites e fronteiras) e cria um vácuo de incerteza sobre o futuro da humanidade e a liderança mundial.

As energias de Saturno-Plutão exigem mudanças transformadoras para os dias atuais. Estas mudanças podem e devem ser criativas, voltadas para algo novo e mais progressista. No entanto, a pulsão destrutiva de Plutão, também pode nos guiar para uma regressão temporária. No vazio de poder, aqueles que têm voz ativa na comunicação de massa, que irradiam ideias simplistas e elegem culpados pela situação ganham pontos significativos da massa ignorante. Já podemos vislumbrar duas correntes em plena expansão: a China e suas máscaras cirúrgicas como salvadora do mundo ocidental e os EUA com sua política “America First” de isolamento nacional. Mas existem outras mais que ecoam em todas as partes do mundo.

Individualmente, podemos escolher entre seguir cegamente a manada ou agir de forma mais estratégica e independente. O primeiro passo é ter calma, serenidade para entender que tudo muda e flexibilidade para nos adaptarmos às mudanças. Reflita sobre a sua vida, reflita sobre o que quer para o seu futuro e que mudanças necessita enfrentar em seu caminho. Encare as mudanças como uma oportunidade necessária para seu crescimento pessoal. A história nos mostra que modelos antigos precisam sucumbir para que novas e criativas ideias floresçam. Mesmo dependentes das forças coletivas da humanidade, também somos agentes de mudança.